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BRAZIL MINAS NEWS: outubro 2006

quinta-feira, outubro 12, 2006

DIA 29 ELEGEREMOS UM NOVO PRESIDENTE, MAS ELEGEREMOS UM LIDER?


Em palavra cruzada, se aparece escrito: Estado nortista, com quatro letras, e sendo a segunda a letra: “c”. Não tenho dúvidas, é Acre.

Mas na política brasileira não temos esta certeza.
As perguntas não são tão fáceis, e não possuem uma só resposta. Aliás, em nossa legislação as coisas são construídas de tal modo que jamais admitem uma só resposta, um só curso de ação, uma única alternativa, um só culpado. Temos a sensação que somos incompetentes. Mas não somos.
Ao sul da linha do Equador tudo muito intrincado, de modo a livrar o infrator. Com um bom advogado, com dinheiro, e conhecendo as pessoas certas, um roubo de galinha pode ir até o Supremo Tribunal Federal, tudo isto levando muitos e muitos anos. O larapio, o lesado e a galinha já não existiriam há muitos anos, quando o assunto fosse finalmente decidido. Há processos que chegam a durar 60 anos. Claro que não tratam de roubo de galinha. Ou ainda mais insano, o infrator quase sempre localiza alguém mais criminoso que ele, que passa a ser o alvo da ira do povo.
Quer ver: um marginal no Rio de Janeiro tenta assaltar uma senhora de 60 anos. Ela reage à bala, ferindo o seu agressor. Safa-se do assalto. Mas não tem porte de arma. Resultado: corre o risco de ficar 4 anos presa. E o suspeito de assalto corre o risco de ficar 1 ano detido, mesmo preso em flagrante e tendo uma vasta ficha policial. A nação brasileira fica um dó do suspeito de assaltar. Afinal ele foi ferido. Errados, estão os dois. Embora a senhora tentasse defender sua integridade, mesmo desobedecendo à lei. È assim: se o Estado não protege o cidadão, o cidadão procura se protege, resultado: Barbárie.

Assim é o nosso país, eu errei, mas você errou mais, e fica tudo por isto mesmo.

Enquanto isto em Brasília...
Suspeita-se que as privatizações tenham sido lesivas.
Suspeita-se que houve compra de votos de parlamentares.
Suspeita-se que o dinheiro tenha vindo de estatais.
Suspeita-se que parte do dinheiro seria de uma estatal que entrega correspondências.
Suspeita-se que parte do dinheiro seria de verbas de propagandas governamentais.
Suspeita-se que um presidente da câmara recebeu propina de um fornecedor.
Suspeita-se que um ministro tenha dado a ordem de violar o sigilo bancário de um trabalhador.
Suspeita-se que o executivo de uma instituição bancaria esteja envolvido.
Suspeita-se que parlamentares estiveram envolvidos na compra de ambulâncias a preços acima do mercado, usando dinheiro do erário.
Suspeita-se que muitas dessa emendas não eram assinadas pelos parlamentares.
Suspeita-se que membros de um partido político, ligado ao governo, tentaram comprar um dossiê que incriminaria membros de partido de oposição.
Suspeita-se que o dinheiro usado para este fim seja ilícito ou não declarado.
Suspeita-se que um diretor de um banco estatal esteja envolvido.
Suspeita-se que o presidente do partido esteja envolvido.
Suspeita-se do envolvimento assessor do partido.
Suspeita-se do envolvimento de um churrasqueiro também diretor de um outro banco.
Suspeita-se que assessores da campanha presidencial estejam envolvidos.
Suspeita-se, suspeita-se, suspeita-se, suspeita-se. . .

Vivemos todos sob eterna e completa suspeição. Embora não saibamos de nada.

Se houvesse um cataclismo de proporção bíblicas, a maioria de nós, morreria com a sensação de fel na boca. Pois não saberíamos que são os culpados, e todos os culpados morreriam igualmente, assim como nós que pagamos 40% de todo que ganhamos em impostos. Nós sem gozar das alegrias de ter vivido numa Alemanha ou França que pagam o percentual de impostos, mas são paises que funcionam. Mas os culpados, livres da punição humana, viveram em palácios, aviões, viagens, diárias fabulosa, roupões de linho egípcio, gabinetes, ar condicionado, carros oficiais, ministérios, estatais. . . Em luxo e glória, financiado pelo suor de um povo faminto, analfabeto ou quase, cuja alegria é o futebol, carnaval e o samba. Povo este condenado a ser morador de um pais do futuro, futuro este que não chega, mesmo se estivermos falando de 500 anos.

Retomando, o primeiro dos empregados públicos, eleito pelo seu voto, que foi responsável pela nomeação de cerca 20.000 de todos os cargos de confiança do governo federal, em última instância, nada sabia.
Ora, Napoleão perdeu a guerra para os Russos. Não foram os soldados de Napoleão. Foi ele o líder de todos os soldados, que perdeu, foi a França.
No nosso caso foi a democracia, foi o Brasil que perdeu. Ficamos os últimos 3 anos vivendo de escândalo em escândalo. Se não tivermos um processo de impedimento do presidente desta republica, foi porque estamos tão visceralmente corrompidos que não existe ninguém, órgão ou partido de mãos suficientemente limpas para se atrever a fazê-lo. Estamos como porcos, brasileiros, chafurdando na lama, já que os porcos europeus, em sua maioria, vivem confinados em locais limpos.
Todos temos telhado de vidro. E o nosso telhado é tão grande e tão fino que cobre todo o país. Ao mesmos tempo, nos cobre a todos de vergonha, pelo menos aqueles que não vivem em fausto patrocinado pelo dinheiro público, pela corrupção ou pela sonegação de impostos. Normalmente que sente vergonha, é o sujeito do vale-transporte, vale gás, cesta básica, salário mínimo, bolsa família, SUS. . . Que grande país é o nosso. Mas não seria: um país grande?

Se vivêssemos sob um sistema parlamentarista. Com no máximo 2.000 cargos de confiança, pessoas de carreira gerindo estatais e ministérios, todas com muito medo de serem processadas por improbidade. Um mandato legislativo no máximo de 4 anos, com possibilidade de ser dissolvido pelo presidente da república – Moderador -. Se fossemos governados por um primeiro-ministro, que ao menor sinal de corrupção ou inépcia pudesse ser demitido, sem trauma, sem crise institucional, sem parar: o legislativo, ou o governo, ou o país, ou crescimento do PIB, ou os investimentos públicos e privados, ou a queda dos juros, ou a estabilidade do risco país, ou o desenvolvimento, ou a criação de empregos, ou a educação, ou a saúde.

Seria tudo de bom!

Então que tal eleger um Homem, um estadista que envie para o Congresso um projeto de lei que termine com o presidencialismo e instaure o parlamentarismo.

Este sim seria um líder, um Homem que sabe o que acontece a sua volta.